A série Sex and the City foi um marco na vida das mulheres de 30,
na década de 90.
Uma série que fala
abertamente sobre sexo, e sobre a liberdade e a capacidade das mulheres de
agirem como os homens: fazer sexo casual, transar no primeiro encontro, ter
"fuck buddies".
Hoje, quando assisto a essa série, acho que ela já tá ultrapassada, e com alguns moralismos implícitos - com relação à homossexualidade, e à possibilidade de relações fora da monogamia.
(Sem contar o fato de descrever a histórias de mulheres ricas e fúteis de New York que só pensam em moda e no próprio umbigo, mas isso não vem ao caso nesta discussão).
Mas mesmo já estando um pouco ultrapassado (já são 10 anos! as coisas mudam rápido), pra mim, é uma das melhores séries voltadas pra mulheres que decidiram se libertar dos padrões “femininos” (só fazer sexo com amor, não tomar a decisão pelo próprio corpo, trair apenas por vingança, etc).
São 4 mulheres acima dos 30 anos, bem-sucedidas, profissionais reconhecidas, cada uma com sua residência própria, que têm por crise essa contraditória luta entre se relacionar sem compromisso, e não ser julgada por isso, e procurar o príncipe encantado – que no fim da série, acaba passando essa ideia: todas as mulheres querem um príncipe encantado.
E com os dois filmes que saíram após o término da série, essa
ideia da necessidade de um príncipe é legitimada, com exceção da Samantha,
personagem ninfomaníaca, acima dos 40, que decidiu não ter um relacionamento
fixo, apesar de tentar algumas vezes – inclusive o último, com um garoto bem
mais novo, durou 5 anos.
Mas não quero ficar aqui fazendo sinopse da série, mas tentar entender
as mulheres/meninas de hoje em dia.
Fomos educadas a esperar o príncipe encantado. Todas as histórias
que ouvimos quando criança, nossas bonecas com seus pares, os brinquedos que são
arquétipos de nossa vida como “dona do lar”, tudo nos prepara para ser feliz somente
ao lado de um homem. Fora disso, não há felicidade.
E quando as meninas/mulheres tentam se libertar desse estereótipo,
são rotuladas como “vadia”, “fácil”, e são aquelas que os homens/meninos
aproveitam bastante, mas não são “pra casar”.
É tudo muito confuso!
O que venho observando é que as mulheres acima dos 30 ou já são
casadas e com filhos, e aí focam toda a sua felicidade – além da questão
profissional, que não é assim tão enfatizada, apesar de tudo – ou procuram
marido.
As de 20 e poucos não sabem se curtem a vida – e isso quer dizer,
não ter uma relação fixa e séria – ou se buscam ser as namoradas perfeitas com
os namorinho sério, e chegam aos 30 querendo viver tudo o que perderam...
Que fique claro que não é nenhuma análise acadêmica, com dados
certos baseados numa pesquisa séria. É só opinião pessoal, afinal, esse blog é
pra expor as minhas opiniões, certo?
Mas sinceramente, tô preocupada com as meninas.
As mulheres já sabem o que querem, mesmo que pra mim o que elas
querem não seja tão legal.
Mas as meninas, como é próprio da idade, estão muito confusas.
Até aí, tudo bem, é a fase de ser confusa mesmo. O problema é que
essa liberdade toda, tá tirando toda a direção:
Pegar geral ou procurar o namorado perfeito?
Não ligar pro que dizem ou manter a imagem de boa menina?
Ser decidida, tomar iniciativa ou pagar de difícil e esperar eles
chegarem?
Exigir proteção e parecer mandona ou ficar à mercê da decisão
dele, com medo de perdê-lo?
Particularmente, não entendo bem essa dúvida.
Acho que sou segura demais com relação ao sexo oposto, e mesmo
muito apaixonada, não era tão passiva assim.
Mas enfim, é isso que tenho visto nas meninas.
Espero que essa fase não deixe grandes consequências pra quando
elas se tornarem mulheres.
Espero que toda essa liberdade não confunda ainda mais a cabecinha
delas, e que elas não se preocupem tanto com o que vão dizer, porque como eu
sempre repito, meninos/homens não gostam de mulheres decididas, eles têm medo
delas, e sempre vão falar!
Como já dizia Balzac:
“uma jovem tem ilusões demais, é inexperiente demais e o sexo é
cúmplice demais de seu amor, para que um rapaz possa sentir-se lisonjeado; ao
passo que uma mulher conhece toda a extensão dos sacrifícios a serem feitos”
(A mulher de 30 anos, p. 112) E não é que ele entendia de mulher?
Dedico esse post às minhas amigas de 20 e poucos...
Muito Bom!
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