terça-feira, 3 de julho de 2012

Poliamor




Muita coisa está mudando em nossos dias e algumas delas até nos assustam de tão rápidas e intensas que acontecem. Mas quando se refere à sexualidade, apesar de muitos acharem que estamos avançando rapidamente, penso que estamos muito lentos, aquém do que poderíamos ter alcançado, e mais ainda no Brasil, que está bem atrasado em relação a tudo, e esta área não poderia ficar de fora, né.

Estamos avançando sobre a questão da diversidade sexual. Finalmente há um início de espaço sendo construído para se discutir e reivindicar a respeito. Marchas, protestos, grupos de discussão, congressos, novas nomenclaturas, enfim, hoje em dia, sabemos o que é comunidade LGBT, mas ainda assim, os rótulos ainda escravizam ao invés de libertar, e os conceitos ainda não alcançaram o objetivo da inclusão.

Mas além da sexualidade, quando falamos de relacionamentos afetivos, a coisa está ainda mais atrasada. Nossa estrutura social sobre relações e casamentos está naturalizada como monogâmica e heterossexual. Mas existe, ainda pequeno e um pouco escondido, um grupo adepto do Poliamor.



Poliamor, segundo a Wikipedia: “do grego poli, que significa muitos ou vários, e do latim amory, significa amor. É a prática, o desejo, ou a aceitação de ter mais de um relacionamento íntimo simultaneamente com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos”.

Não se trata de poligamia, poliandria, ou poligenia, quando uma pessoa casa com diversas pessoas, que podem ou não estarem casadas ou terem relações românticas entre elas.

“Poliamor é um tipo de relação em que cada pessoa tem a liberdade de manter mais do que um relacionamento ao mesmo tempo. Não segue a monogamia como modelo de felicidade, o que não implica, porém, a promiscuidade. Não se trata de procurar obsessivamente novas relações pelo fato de ter essa possibilidade em aberto, mas sim de viver naturalmente tendo essa liberdade em mente. 

O poliamor pressupõe total honestidade no seio da relação. Não se trata de enganar nem magoar ninguém. Tem como princípio que todas as pessoas envolvidas estão a par da situação e se sentem confortáveis com ela. Difere de outras formas de não-monogamia pelo fato de aceitar a afetividade em relação a mais do que uma pessoa. 

Tal como o próprio nome indica, poliamor significa muitos amores, ou seja, a possibilidade de amar mais do que uma pessoa ao mesmo tempo. Chamar-lhe de amor, paixão, desejo, atração, ou carinho, é apenas uma questão de terminologia. A ideia principal é admitir essa variedade de sentimentos que se desenvolvem em relação a várias pessoas, e que vão para além de mera relação sexual. 
O poliamor aceita como fato evidente que todas as pessoas têm sentimentos em relação a outras que as rodeiam. E que isto não põe necessariamente em causa sentimentos ou relações anteriores.”



Formas de poliamor

Polifidelidade: envolve múltiplas relações românticas em contato sexual restrito a parceiros/as específicos do grupo.

Sub-relacionamentos: distinguem-se entre relações “primárias” e “secundárias” (por exemplo, casamentos abertos).

Relações em grupo/casamento em grupo: todos se consideram associados de forma igualitária.
Redes de relacionamentos interconectados: uma pessoa em particular pode ter relações de diversas naturezas com diversas pessoas.

Relações Mono/Poli: um(a) parceiro(a) é monogâmico(a), mas permite que outro tenha relações exteriores.

Acordos geométricos: descritos de acordo com o número de pessoas envolvidas e pelas suas ligações. Exemplos incluem “trios” e “quadras”, assim como as geometrias “V” e “N”. O elemento comum de relação V é algumas vezes referido como “pivô” e os parceiros ligados indiretamente são referidos como os “braços”. Os parceiros-brçao estão ligados de forma mais clara com o parceiro pivô do que entre si. No “triângulo” todos os 3 parceios estão ligados igualmente. Um trio pode ser um “V”, um triângulo, ou um “T” (um casal com uma relação estreita entre si e uma relação mais tênue com o terceiro).



Relacionamento aberto

É um tipo de acordo em que os/as participantes são livres para terem outros/as parceiros/as. Não é sinônimo de “poliamor”. A abertura se refere a uma não exclusividade sexual no relacionamento, enquanto no poliamor esta abertura se estende ao campo afetivo, e permite que se tenha laços emocionais.
Alguns relacionamentos definem regras: há relações poliamorosas, mas não abertas; algumas relações permitem sexo fora da relação primária, mas não uma ligação emocional; alguns/as poliamorosos não aceitam dicotomias, como estar ou não numa relação ou parceiros/não parceiros.


Símbolos

Há alguns símbolos entre os/as poliamoristas, cito os mais difundidos:


Infinitos amores: um coração vermelho e o símbolo do Infinito entrelaçado no meio, representando a possibilidade de ilimitado número de amores.






IDIC: Representa a máxima “Infinite Diversity in Infinite Combinations” (Diversidade infinita em combinações infinitas). É uma referência a Satr Trek e a filosofia dos vulcões (!). Se refere às variáveis infinitas (ou formas de inteligência) no universo e as infinitas maneiras em que elas podem ser combinadas de maneira benéfica.




Bandeira oficial poliamorista (que não fez muito sucesso): Possui três listras cada uma com uma cor: azul representa a abertura e honestidade entre os parceiros; vermelho para amor e paixão; preto em solidariedade aos que precisam esconder seus relacionamentos devido às pressões sociais. O símbolo “pi” refere-se ao “P” de Poliamor, e a cor dourada representa o valor acima das questões físicas que os poliamoristas colocam em seus relacionamentos, que são a amizade, o companheirismo e o amor, mais importante que as questões sexuais.



Coração Poliamorista: Busca mesclar a bandeira ao símbolo poliamorista que conseguiu mais aceitação. As cores azul, vermelho, preto e dourado se repetem nas linhas que moldam o coração, com o símbolo do infinito cruzado.




Há bastante coisa para ler e conhecer a respeito do Poliamor. Mas com esse resumo, já dá pra perceber que é uma iniciativa interessante, muitas vezes confundida com poli gamia ou promiscuidade, quando na verdade é o oposto, já que busca acima de tudo o respeito, igualdade, a amizade e o amor.

Este vídeo mostra alguns exemplos de pessoas poliamoristas e suas experiências:


Para saber mais:



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